O presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Maurício Tolmasquim, informou que o Ibama aceitou o estudo de impacto ambiental para a usina hidrelétrica Teles Pires, a ser erguida no rio de mesmo nome, no que resta de floresta preservada no norte de Mato Grosso. Apesar disso, de acordo com as informações disponibilizadas pela área de licenciamento ambiental do Ibama na inetrnet, no processo os quesitos “presença de terras indígenas, unidades de conservação, áreas prioritárias para conservação” estão preenchidos com “sem informação”. Basta olhar qualquer mapa de áreas protegidas ou áreas prioritárias para conservação da biodiversidade para identificar as terras indígenas Kayabi, Munduruku e o Parque Nacional do Juruena bem próximos do local da usina.
Os estudos de impacto ambiental foram entregues em maio deste ano. Ou seja, foram menos de cinco meses de análises. Novamente, a pressa tem um motivo: o leilão de energia da Aneel previsto para dezembro deste ano. Todos os problemas identificados e exaustivamente denunciados pelos próprios servidores do Ibama, ambientalistas e indígenas sobre os riscos da aprovação repentina de projetos deste tipo para a Amazônia no episódio do licenciamento da usina de Belo Monte, no Pará, parecem não ter modificado em nada o comportamento do governo.
No caso da UHE Teles Pires, a EPE prevê uma produção de energia de 1820 MW e um custo que supera R$ 2,4 bilhões de reais. A barragem terá uma altura de 68 metros e o comprimento de 956 metros. Tolmasquim disse ainda que a Funai teria prometido aprovar o projeto da usina. Só para o rio Teles Pires, há pelo menos outros dois projetos de grandes hidrelétricas: UHE São Manoel e UHE Foz do Apiacás.
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