A área de Proteção Ambiental (APA) do Igarapé-Gelado, no Pará, foi contemplada este mês, com a construção de um centro de formação denominado Estação Conhecimento.
A estação foi construída com recursos da Fundação Vale e é fruto de uma parceria que envolve a Associação de Produtores da APA do Igarapé-Gelado (APROAPA), Associação das Mulheres Camponesas Filhas da Terra, ICMBio, mineradora Vale e Prefeitura Municipal de Parauapebas.
Segundo o chefe da APA, Manoel Delvo Bizerra dos Santos, a Estação Conhecimento tornará possível o uso sustentável dos recursos naturais na Unidade.
Participaram da inauguração, produtores da APA, crianças da comunidade, autoridades locais, dirigentes da Vale, a Atleta Olímpica Conceição Geremias, Coordenadora do programa de esportes da escola, e os servidores do ICMBio lotados no Mosaico de Ucs de Carajás, membros do Conselho Consultivo da APA, além do Coordenador Regional da CR4, Fabiano Gumier Costa.
Instalações - As instalações da Estação, incluem viveiros para produção de mudas de plantas frutíferas e essências florestais madeiráveis, viveiros para produção de hortaliças com hidroponia, hortas, áreas para plantios experimentais, galpões para criação de aves e manejo zootécnico em sistema de pastagem rotacionada de gado leiteiro e ovinos, além de quatro núcleos de produção localizados em pontos estratégicos da unidade. Um laticínio foi construído e receberá toda a produção de leite dos produtores da APA e de propriedades vizinhas a UC. Esta será uma oportunidade para capacitação de agricultores e formação dos jovens de toda a região.
Uma Organização da Sociedade Civil de interesse Público (Oscip) foi criada para administrar a Estação e envolver as instituições parceiras em torno de um mesmo objetivo que é a gestão participativa e inclusiva dessa grande escola rumo a sustentabilidade da APA e região. O núcleo educacional terá a Prefeitura Municipal de Parauapebas como mantenedora e atenderá estudantes do ensino fundamental possuindo campo de futebol, pista de atletismo, sala de informática, biblioteca, refeitório e unidades para beneficiamento de hortaliças, frutas e processamento do leite produzido na região.
A produção dos agricultores que fazem parte do projeto deverá ser absorvida no mercado local, na merenda escolar e nos restaurantes da Vale que dão suporte as atividades de lavra mineral no Complexo Carajás instalado no interior das Florestas Nacionais de Carajás e Tapirapé-Aquiri e APA do Igarapé Gelado.
O Coordenador Regional da CR4, Fabiano Gumier Costa, afirmou que o trabalho na APA era inicialmente voltado para a fiscalização. As queimadas e os desmatamentos eram generalizados e todos os produtores acreditavam na pecuária extensiva de corte como única alternativa econômica para a área. "Em 2003 foi iniciado o programa de Queimada Controlada em que buscamos ordenar o uso do fogo na agricultura e propor alternativas sustentáveis aos produtores em toda a região do Mosaico", disse.
Em 2005 começou o Projeto Alternativo a Desmatamentos e Queimadas (Padeq) e foi construído um viveiro na APA. Segundo Fabiano, diversas atividades de formação aconteceram desde então. "Ao mesmo tempo comunidade, prefeitura e ICMBio buscaram trazer a mineradora para mais perto e gradualmente ela percebeu a importância do seu envolvimento em um projeto maior, por uma APA sustentável com geração de renda para os produtores e controle das dinâmicas sociais e ambientais negativas consequentes do processo de expansão da mineração na Amazônia. A Vale investe fortemente no futuro da APA e a insere de fato na cadeia produtiva da mineração", concluiu.
Durante o evento também houve apresentação do grupo cultural paraense Arraial do Pavulagem que trabalhou com as crianças da APA do Gelado e homenageou o gavião real (Harpya harpya), ave símbolo da região de Carajás e ameaçada de extinção.
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