quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Rainha da floresta está ameaçada

A castanheira se destaca no meio da mata pelo porte majestoso. Com um ciclo de vida que pode chegar aos 400 anos, atinge até 60 metros de altura com diâmetro da base superior a 4 metros. Conhecida como a Rainha da Amazônia, produz frutos riquíssimos - a castanha-do-Brasil ou castanha-do-Pará, de alto valor nutricional e rico em propriedades medicinais, já o caule é feito de madeira muito apreciada.

Com todo este potencial econômico a castanheira é protegida por lei, mas mesmo assim é considerada como uma espécie vulnerável pela União Mundial para a Natureza (IUCN) e, no Brasil, aparece na lista de espécies ameaçadas do Ministério do Meio Ambiente. A maior ameaça vem do modelo de ocupação da Amazônia, onde ela é encontrada em grande número. Na medida em que avança o desmatamento, a floresta desaparece, dando lugar à lavoura e à pecuária, e os castanhais vão desaparecendo.

Em Rondônia não é diferente, segundo o engenheiro florestal Sebastião Freitas da Silva, que atua na Secretaria Estadual do Meio Ambiente (Sedam). A castanheira é encontrada em todo o Estado, mas vem rareando em função do desmatamento.

Processo biológico

O engenheiro explica que a castanheira depende de outras plantas para completar o seu processo biológico. Os cipós ajudam a equilibrar a árvore, que necessita deste apoio para manter o equilíbrio, devido ao seu porte avantajado. A castanheira também depende da ocorrência de orquídeas, que atraem os mosquitos responsáveis pela polinização da árvore.

Reserva

Já as cutias são responsáveis pelo nascimento de novos exemplares da árvore. Estes animais roem os ouriços para retirar as sementes e enterram para servir como reserva de alimentos. Assim as sementes encontram as condições ideais para o nascimento de novas árvores. Como a árvore depende de todas estas condições para que a espécie sobreviva, o Decreto 1.282, de 19 de outubro de 1994, que proíbe a derrubada das castanheiras, não alcança o seu objetivo.

Potencial

Chamada de "Rainha da Floresta", a castanheira tem mil e uma utilidades. Por isso vale mais em pé do que serrada, mas para que seja explorado todo o seu potencial econômico há necessidade de uma estratégia do governo incentivando o extrativismo, com pesquisas para exploração dos recursos da árvore, que já vêm sendo utilizados com sucesso por empresas brasileiras de cosméticos e outros setores. Segundo Sebastião Freitas, um dos maiores produtores e exportadores da Castanha do Brasil é a vizinha Bolívia. "Se eles produzem, Rondônia, que fica tão perto, também poderia produzir", constata.

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