Com discurso politicamente incorreto, Tião Bocalom, do PSDB, desafia o favorito Tião Viana, que tenta manter PT no governo
Catarina Alencastro
BRASÍLIA. No estado que tem a preservação de quase 90% da Floresta Amazônica como sua principal bandeira, e que deu ao Brasil a presidenciável da causa ambiental, a disputa pelo governo local põe os dois principais candidatos em lados opostos quando este é o assunto em discussão.
No Acre, o favorito Tião Viana, senador do PT, tem como lema a economia florestal, enquanto o tucano Tião Bocalom, um ex-madeireiro paranaense, não se furta em dizer que não vê problema nenhum em derrubar árvores se for para construir casas para os pobres.
- Essa coisa de que uma árvore tem que ficar em pé mesmo que uma família fique no relento está errada. Nesse caso, eu prefiro proteger o ser humano a proteger o macaco. Eu sou contra essa coisa de que o homem deve sobreviver. Quem sobrevive é bicho. O ser humano tem é que viver - diz Bocalom.
O tucano promete aquecer a agricultura e comprar tratores e equipamentos para que os pequenos produtores possam fazer seus "roçados". A tese de Bocalom é que, sem essa ajuda, o desmatamento será maior.
Há 12 anos no poder, o candidato do PT prega a manutenção do chamado "governo da floresta", um projeto que, segundo o atual governador, Binho Marques, foi construído em parceria com o célebre líder seringueiro Chico Mendes. A supremacia do grupo petista no estado incomoda a oposição, que está unida contra os irmãos Viana - Tião para o governo e Jorge para o Senado -, disparados na corrida eleitoral. Oito partidos apoiam o candidato do PSDB.
- Virou um projeto de grupo familiar: entra Tião, sai Jorge.
Aqui é uma ditadura branca - afirma Sérgio Petecão, candidato ao Senado pelo PMN.
- A panelinha do PT está riquíssima.
E o resto do povo está cada vez mais miserável - denuncia Bocalom.
- O PT está no poder no Acre há 12 anos, a maior experiência do partido no Brasil. Isso se deve a um sentimento de renovação permanente - retruca Tião
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