sexta-feira, 4 de março de 2011

Primatas de unidade de conservação da Amazônia ainda são pouco conhecidos

Elaíze Farias

A carência de informações sobre a fauna existente nas unidades de conservação da Amazônia levou o Centro Nacional de Pesquisas e Conservação da Biodiversidade Amazônia (Cepam) a iniciar ano passado um levantamento sobre primatas na região.

Pelo menos em três unidades, uma delas localizadas no Amazonas, foram identificadas 24 espécies, sobre as quais, contudo, ainda há poucos dados.

Somente, na Floresta Nacional (Flona) de Tefé, no Amazonas, foram identificadas 12 espécies na primeira etapa do levantamento, segundo informações do analista ambiental da Flona Ambienta daquele município, Rafael Rossato.

Entre as espécies estão macaco da noite, macaco de cheiro, barrigudo, macaco prego e guariba, sobre o qual se tem menos informação.

Conforme Rossato, em 2011, o levantamento terá prosseguimento, desta vez com expedições própria floresta – até o momento, os dados foram apurados junto às comunidades que vivem na flona.

De acordo com o analista ambiental, este estudo é extremamente necessário porque, apesar da existência das unidades de conservação na região, os dados sobre a fauna são deficientes.

“Não se tem muito conhecimento sobre as espécies, estudos genéticos, sobre aquelas que podem estar ameaçadas.  Para fazer um planejamento de manejo, é preciso ter essa informação antes”, disse Rossato.

Na área da Flona de Tefé existem aproximadamente 30 comunidades e 450 famílias.

As outras duas unidades de conservação já analisadas do projeto do Cepam são Parque Nacional (Parna) do Viruá, em Roraima, e Reserva Biológica (Rebio) do Guaporé, em Rondônia.

Neste ano mais duas unidades de conservação serão integradas a essas ações: a Rebio do Lago Piratuba, no Amapá, e a Flona do Purus, no Amazonas.

Subsídios

O chefe interino do Cepam, Marcelo Raseira, disse que o projeto tem como principal objetivo levantar e integrar informações sobre primatas amazônicos em Unidades de Conservação para subsidiar planos de manejo, avaliação do estado de conservação de espécies e planos de ação para táxons ameaçados.

Ele explicou que entre os objetivos específicos estão Contribuir com dados sobre ocorrência e distribuição para espécies ameaçadas e Deficientes em Dados (DD); realizar estimativas populacionais, observando eventuais flutuações a partir de censos por transecções lineares; e apontar usos e conflitos relacionados a primatas nas UC participantes.

Raseira contou que as espécies identificadas não quer dizer que são novas.  “Em muitas UC se sabe pouco da fauna presente e esses inventários estão servindo para verificar que espécies existem, tamanho de população etc”, disse.

No entanto, Raseira destacou que já existem primatas que estão na lista de ameaçados, quase ameaçados, vulneráveis e em perigo.

É o caso do guariba vermelho, macaco de cheiro, macaco aranha, cixíu, macaco barrigudo, maçado da noite, guariba das guianas e guariba de mãos ruivas.

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