quarta-feira, 30 de março de 2011

'A floresta não é problema, é solução', afirma Jorge Viana

Senador acreano defende uso inteligente da floresta na audiência sobre o Código Florestal

O senador Jorge Viana trouxe ontem a discussão sobre legislação florestal para o Senado Federal. Ele foi o autor do requerimento que convidou o deputado federal Aldo Rebelo, relator da comissão de reformulação do Código Florestal, para uma audiência pública na Comissão de Meio Ambiente do Senado.

Jorge Viana defende uma legislação moderna e acha que missão do Senado Federal é aperfeiçoar a proposta que vier da Câmara. Sua ideia é de uma lei que considere as diferenças regionais: “Temos a obrigação de fazer o Brasil entender que uma só legislação não vai resolver os biomas complexos e diferenciados que temos nas nossas cinco regiões”.

Na audiência pública, Jorge Viana chamou atenção para o fato de a floresta ser tratada como inimiga. “Sou da floresta, de pai, mãe e avô. A floresta não é problema, é solução”, declarou diante dos senadores.

O senador apresentou o modelo de desenvolvimento acreano como referência de sustentabilidade: “No Acre, a maioria dos pecuaristas se modernizou, sentou com índios e seringueiros e, juntos, conseguiram fazer um zoneamento econômico”. Ele explicou que os produtores que trabalham com agropecuária têm na floresta uma receita importante porque, quando há problemas com a carne, por exemplo, eles equilibram com o preço do manejo que fazem em suas propriedades. “Até uns trinta anos atrás, a floresta não valia nada, hoje é fonte de renda”, disse.

Outra preocupação de Jorge Viana é com a vinculação dos problemas dos produtores agrícolas às reservas legais de floresta. “Esse não é o problema central, mas a insegurança das propriedades é um problema que precisa ser resolvido agora”, disse. Para ele, o Brasil não deve buscar exemplos em outros países, mas aprender a usar suas riquezas, “porque temos a maior área de floresta tropical do planeta”. Jorge Viana falou ainda do sonho de Chico Mendes, que defendia o manejo florestal como a única maneira de fazer uso inteligente da floresta. E definiu como tarefa do Congresso Nacional “fazer da nova legislação florestal algo que seja bom para o presente e para as futuras gerações”.

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