quarta-feira, 2 de março de 2011

Assembléia de RO comparece em peso em Brasília para mobilização por Código Florestal

Em resposta ao apelo do deputado federal Moreira Mendes (PPS-RO), presidente da Frente Parlamentar Agropecuária, 21 dos 24 deputados estaduais rondonienses se deslocaram a Brasília para participar da mobilização pela aprovação do novo Código Florestal.  Na manhã de hoje, eles foram recebidos pelo deputado Aldo Rebelo (PCdoB-SP), relator da matéria, e também participaram de uma grande reunião na Comissão de Agricultura, onde puderam conversar com parlamentares de outros estados, dentre os quais Moacir Micheletto (PMDB-SC) e Luiz Carlos Heinze (PP-RS), que lideram a luta pela aprovação do novo código juntamente com o deputado Moreira Mendes.

No encontro com Rebelo, os deputados ouviram explicações detalhadas a respeito do relatório que será levado a votação.  Para o relator, Rondônia é uma “dádiva para o Brasil, por sua importância como fronteira agrícola”.  Rebelo destacou sua admiração para com o povo rondoniense e disse que o país tem uma opção muito clara, que é assumir a sua condição de líder mundial na produção de alimentos.  “Minha impressão é de que o Brasil hoje é cerceado na sua produção, e a legislação é um instrumento disso.  Minha lealdade é ao Brasil e ao povo brasileiro.  Esta proposta não fere os direitos dos trabalhadores, pelo contrário, protege o direito de quem produz”, defendeu.

Em relação à proposta, o deputado Moacir Micheletto disse que uma questão que ainda gera conflitos é a anistia das multas, mas o problema deverá ser solucionado com pequenos ajustes no texto.  “Os demais pontos são apenas questões de interpretação.  O mais importante é o entendimento entre os ministérios da Agricultura e de Meio Ambiente, coisa que nós não tínhamos no passado”, comemorou.

Bancada unida

O deputado Moreira Mendes, por sua vez, disse que a presença maciça dos deputados estaduais na mobilização “é uma demonstração inequívoca” de que essa é uma questão que preocupa muito o estado.  “A bancada de RO é 100% convergente.  Por decisão dos próprios deputados, vamos visitar todos os líderes da Câmara para convencê-los da importância da aprovação do Código Florestal.  É uma pressão legítima, (o que queremos) é apresentar a nossa realidade.  Porque, muitas vezes, um deputado urbano – de São Paulo, por exemplo - não tem a menor idéia do que seja um estado como Rondônia, com suas peculiaridades na agricultura e na pecuária”.

Para o presidente da Asembléia, deputado Valter Araújo (PTB), o atual Código Florestal prejudica muito o estado de Rondônia.  “Por ser um estado localizado no cerne da região Amazônica, com características diferenciadas do restante do país, e também por ser o único estado que tem o seu zoneamento (econômico e ecológico), com suas áreas já delimitadas, Rondônia sofre com esse código, que é ultrapassado.  Com o relatório do deputado Aldo Rebelo, resolve-se 98% tanto da problemática ambiental como da regularização fundiária, porque é um código construído com consenso, ouvindo todas as camadas sociais, principalmente o setor produtivo”, sustentou.

Valter Araújo também defendeu a autonomia dos estados na questão ambiental.  “Precisamos trazer para os estados a competência de legislar sobre essas matérias ambientais, que já é uma prerrogativa constitucional, mas que os estados não a exercitam por imposição da própria legislação federal”.  Ainda segundo ele, a questão da preservação ambiental precisa ser tratada de acordo com as características de cada estado.  “A competência da União em relação à matéria ambiental é só de forma genérica”, completou.

Urgência

Já o deputado Neodi Carlos (PSDC) defendeu pressa na votação do código.  “É uma questão que não envolve só a Amazônia, mas o Brasil como um todo.  Porque, do jeito que está, o código florestal impede a produção.  Nós precisamos dessa mudança urgente.  Por isso a Assembléia de Rondônia está aqui para conversar com os deputados federais, para que realmente possa ser feita essa mudança o mais rápido possível, sob pena de, em breve, faltar comida para o próprio povo brasileiro.  Estamos aqui defendendo o setor produtivo do nosso estado e do Brasil”.

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