sábado, 2 de outubro de 2010

Chuvas devem ser mais frequentes nos próximos meses na Amazônia Legal

A Meteorologia do Sistema de Proteção da Amazônia divulgou nesta quinta-feira (30) o boletim com a previsão climática dos próximos três meses para a Amazônia Legal

Apesar do calor intenso em algumas regiões a temperatura elevada é normal para o período, no entanto, ainda foram registrados entre 1 e 2°C acima da média durante os últimos meses em grande parte do estado. Segundo a meteorologista do Sipam, Ana Cleide Bezerra, temperaturas dentro do intervalo de 31 e 34° são normais para o período, pois durante a estação seca (junho-julho-agosto) ocorrem poucas chuvas e em algumas áreas não há registros de precipitação, como foi o caso do leste, nordeste e sul do Mato Grosso e estado do Tocantins. "Com a falta de nuvens, a radiação solar incide diretamente na superfície terrestre. A não formação de nuvens durante o período é decorrente da presença de uma massa de ar seco no Brasil Central, esse sistema se comporta como um tampão na atmosfera impendido a formação de nebulosidade, o evento foi observado durante toda estação seca apresentando um ligeiro deslocamento para a Amazônia oriental durante o período", disse.

De acordo com as informações do boletim, a previsão das temperaturas para o estado do Amazonas é de que se apresentem ligeiramente acima dos padrões climatológicos, no entanto, com o início do período de transição da estação seca para chuvosa, as ocorrências de chuva deverão torna-se mais freqüentes e a temperatura sofre uma queda durante a ocorrência da precipitação.

"A chuva no Amazonas durante o mês de outubro deverá apresentar-se abaixo do padrão normal no noroeste, oeste e sudoeste do Amazonas. Acima dos padrões normais, as chuvas deverão ocorrer no nordeste e leste do Amazonas (incluindo a capital Manaus) durante o trimestre, no entanto, a partir do final de novembro essa região com previsão de excedente de chuva deverá se estender para o norte e noroeste do Amazonas, áreas que no início do trimestre apresentaram déficit de chuva, nas demais regiões a chuva poderá ocorrer dentro dos padrões climatológicos", falou a meteorologista.

Uma característica importante da precipitação na região neste trimestre é o aumento da ocorrência de pancadas fortes de chuva, associadas à rajadas de ventos e intensa atividade elétrica (maior incidência de raios), devido ao grande desenvolvimento vertical das nuvens determinando o final do período de transição e início da estação chuvosa entre os meses de outubro e novembro em grande parte da Amazônia.

De acordo com as análises de dados observacionais e prognósticos de modelos numéricos, o comportamento do oceano Pacífico Equatorial mostra o estabelecimento do fenômeno La Niña, sistema que favorece a ocorrência de chuvas acima do padrão normal no norte e leste da região Amazônica. No Oceano Atlântico Tropical também deverá persistir o padrão de aquecimento, contribuindo o aumento do fluxo de vapor dágua na atmosfera na faixa litorânea favorecendo um número maior de linhas de instabilidade, e alguns desses eventos deslocam-se pelo continente ocasionando chuvas fortes ao longo do caminho percorrido, podendo atingir o leste do estado do Amazonas, fronteira com estado do Pará. Assim, o nordeste do Amazonas incluindo Manaus, durante o período, deverá sentir reflexos dos oceanos vizinhos apresentando chuvas acima do padrão climatológico, e no final do trimestre esse reflexo é estendido para o norte e noroeste do Amazonas.

Pará e Tocantins "O próximo trimestre será marcado pela influência do La Niña em grande parte da Amazônia oriental, amenizando o grave problema ocorrido no trimestre passado, com relação à ocorrência de queimadas na região atingida pela estiagem intensa, particularmente no Tocantins e sul do Pará. O volume de chuvas ficará acima do normal no estado do Amapá, noroeste do Maranhão e na maior parte do Pará", afirma o meteorologista do Sipam de Belém Márcio Lopes.

O Tocantins terá chuvas dentro do padrão climatológico e será mais freqüentemente afetado pelos sistemas frontais, portanto são esperados eventos de chuvas fortes acompanhadas de trovoadas e ventos de rajada. As temperaturas seguirão acima da média no Tocantins, Maranhão e sul e leste do Pará.

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