sábado, 9 de outubro de 2010

Queimadas agravam a situação

Os desmatamentos estão diretamente ligados à presença de queimadas no país 96% dos focos de calor monitorados por satélites estão localizados em áreas de desmatamento, segundo o Ministério do Meio Ambiente. O coordenador do Programa Nacional para Redução de Fogo em Áreas Rurais e Florestais, Wanius de Amorim, destaca ainda o teor dos incêndios: A quantidade de queimadas acidentais são ínfimas, não são representativas. As queimadas brasileiras são criminosas , denunciou.

O coordenador esclarece que as ações de combate, fiscalização e punição das queimadas são feitas com as ações relacionadas ao desmatamento, por meio do Centro Integrado Multiagência, composto por órgãos como Exército, Marinha, Aeronáutica, Corpo de Bombeiros e Funai. Amorim informa que este ano, com dados atualizados até setembro, já foram embargados 36.524 hectares de área em ações de fiscalização de queimadas. Os proprietários autuados ficaram impedidos de utilizar essas áreas para fins comerciais. Os embargos estão relacionados a 177 autos de infração, que resultaram em R$ 55,2 milhões em multas.

Cento e oito mil focos de calor já foram registrados no Brasil, nos nove primeiros meses do ano. Atualmente, há 182 focos em observação pelas equipes de combate e prevenção, dos quais 32 estão ativos; 14, controlados; 42, extintos; e 94, em fase de prevenção. Segundo o Ministério, das 304 unidades de conservação administradas pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade, 90 foram afetadas pelos incêndios florestais.

De acordo com dados do Inpe, apenas no cerrado foram registrados 57,7 mil focos de queimadas, entre maio e setembro deste ano. O número é 350% superior ao verificado no mesmo período de 2009 que teve um registro de 12,5 mil focos na região. O coordenador Wanius de Amorim alerta, no entanto, que 2009 foi um ano atípico. Tivemos muita umidade, o tempo impossibilitou a prática do desmatamento , disse. No Brasil, o número total de focos foi de apenas 30 mil no ano passado. Os anos de 2005 (143 mil), 2004 (142 mil), 2003 (128 mil) e 2007 (114 mil) apresentaram os números mais elevados de queimadas, nos nove primeiros meses do ano. (LL)

Nenhum comentário: