segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Tóquio quer cooperar com países que compartilham florestas da Amazônia

Tóquio, 21 out (EFE).- O Governo do Japão tem interesse em atuar em conjunto com os países que dividem as florestas da Amazônia para mitigar os efeitos da mudança climática, disse hoje um alto funcionário japonês.

"Estamos interessados em trabalhar com os países latino-americanos que compartilham as florestas amazônicas. Acabamos de começar a fazê-lo", disse o diretor da Divisão de Mudança Climática, Takehiro Kano, em entrevista coletiva em Tóquio.

A Amazônia, considerada o pulmão do mundo, tem uma extensão de 4,1 milhões de hectares, mas está perdendo rapidamente suas árvores pelo desmatamento.

Kano explicou que em 26 de outubro na cidade japonesa de Nagóia, na Conferência da ONU sobre Biodiversidade (COP10), serão analisados os diversos aspectos da associação com Papua Nova Guiné como parte do programa das Nações Unidas de Redução de Emissões Oriundas por Desmatamento e Degradação das Florestas (REDD).

Por intermédio do REDD, com o apoio de países como o Japão e França, deverá começar no próximo ano a atuação no Brasil para a proteção das florestas, explicou Kano.

O diretor da Divisão de Mudança Climática manifestou que o Governo japonês espera que "Equador apóie o acordo de Copenhague para trabalhar com eles em alguma negociação".

Por outro lado, o funcionário japonês expressou que o Japão está disposto a apoiar a mitigação e adaptação dos países vulneráveis à mudança climática, ao lembrar que propôs a chamada iniciativa Hatoyama, que envolve um financiamento de US$ 15 bilhões em três anos.

Durante a cúpula de Copenhague em maio os representantes de 50 países acordaram elevar para US$ 4 bilhões o financiamento até 2012 do fundo mundial para impulsionar a reconversão de áreas afetadas pelo desmatamento em países em desenvolvimento.

A destruição florestal do planeta representa 20% das emissões anuais de carbono em nível mundial.

Kano lembrou que o Protocolo de Kioto em 1997 não inclui as emissões de gases poluentes de países emergentes, entre estes China, Índia, África do Sul, Brasil e México, que atualmente têm grande peso na economia do planeta.

"Nenhum desses países têm obrigações para reduzir ou mitigar a mudança climática", ressaltou.

Estados Unidos, que não assinou o Protocolo de Kioto, emite 20% dos gases, Europa 12% e Japão 4%, mas China e a Índia já lançam 23% e 6%, respectivamente.

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