terça-feira, 21 de setembro de 2010

Faltam equipamentos

Renato Alves e Lucas Tolentino O incêndio no Parque Nacional de Brasília escancarou as deficiências do Corpo de Bombeiros do Distrito Federal. Faltam caminhonetes para os militares se dividirem melhor e chegarem mais rápido aos locais em chamas. A corporação também carece de aeronave e caminhões que levem água às regiões mais distantes e acidentadas.

Com cerca de 350 homens, divididos na sede localizada no fim da Asa Norte e no batalhão de Taguatinga, o Grupamento de Proteção Ambiental do Corpo de Bombeiros perdeu metade dos veículos de combate a incêndio. A unidade tinha 20 picapes com tração nas quatro rodas ideais para estradas de terra até o ano passado. Mas 12 delas, modelos L200 Mitsubishi fabricados em 2000, foram leiloadas após não suportarem mais o serviço. Restaram oito Land Rover. Por causa de estragos de todo tipo e a consequente manutenção, a corporação conta com uma média de seis veículos por dia.

Cada picape carrega cinco militares e equipamentos. Equipe suficiente para combater incêndios de pequeno porte. No entanto, com a reduzida quantidade de veículos, os bombeiros têm tido dificuldades para atender todas as ocorrências e chegar ao cerrado antes das chamas virarem labaredas ou se espalharem para uma área maior. Se tivéssemos o número ideal de picapes, poderíamos atender todas ocorrências e evitar a propagação de incêndios , ressalta o comandante do Grupamento de Proteção Ambiental, coronel Odilio Domingos Oliveira Silva. A unidade especializada em combate a incêndio florestal deveria ter, no mínimo, 20 picapes 4x4, segundo o oficial.

As equipes de reforço são transportadas em dois ônibus e duas vans comuns, pesadas, lentas, incapazes de rodar em estradas estreitas e mal conservadas. Os bombeiros também não contam com caminhões e apoio aéreo adequados. Os modelos de caminhões de água do Corpo de Bombeiros são para combate a incêndio em área urbana. Não rodam em rodovias asfaltadas nem nas áreas rurais com segurança e, muito menos, entram em reservas ambientais. A corporação sequer tem caminhões-pipa.

Emergência


Os bombeiros deverão ganhar dois aviões-tanque até a próxima seca. O capitão Helon Florindo, do 2° Esquadrão de Aviação Operacional, explicou que a compra ainda depende de parecer da Procuradoria do DF. Segundo ele, uma empresa canadense produzirá os aviões para a capital federal, do mesmo tipo das alugadas para combater o incêndio do parque. Só que são mais modernas , ressaltou. As aeronaves estão orçadas em mais de R$ 7 milhões. Uma deve chegar ao DF no fim deste ano, e a outra em 2011.

O governador Rogério Rosso, que sobrevoou o Parque Nacional ontem, apoiou a aquisição dos aparelhos. É impossível acreditar que Brasília, com seca e incêndio todo ano, não tem um avião-tanque. Isso revela falta de planejamento , afirmou. Rosso decretou Situação de Emergência no Distrito Federal, em razão do incêndio florestal. A medida Emergência vale por 60 dias, a partir de hoje. (RA)

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