quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Amazônia tem o ar mais puro do mundo, segundo estudo

O objetivo da pesquisa era entender como funcionavam os mecanismos de formação de nuvens numa atmosfera sem poluentes.

Para tentar entender como era o clima do planeta antes da Revolução Industrial, ou seja, antes de haver poluição em larga escala, especialistas da Universidade de São Paulo e da Universidade de Harvard foram buscar pelo ar mais puro que pudessem encontrar. E o acharam sobre a Floresta Amazônica.

Esta verdadeira arqueologia do ar revelou dados inéditos, cruciais para a compreensão da formação das nuvens e, consequentemente, das alterações climáticas. Para fazer previsões sobre o clima do planeta no futuro é fundamental entendermos o clima presente e o passado, explicou Paulo Artaxo, do Instituto de Física da Universidade de São Paulo (USP), coordenador do estudo.

Segundo a pesquisa, a Amazônia é uma das poucas regiões no planeta (a outra é a Antártica) onde ainda se consegue encontrar condições de composição atmosférica similares às existentes antes da Revolução Industrial, ou seja, antes de a poluição tomar conta da composição atmosférica do planeta. Para fazer previsões sobre o clima do planeta no futuro é fundamental entendermos o clima presente e o passado.

O objetivo do estudo era entender como funcionavam os mecanismos de formação de nuvens numa atmosfera sem poluentes. Isso é importante para sabermos, afinal, se a temperatura da Amazônia aumentar com o aquecimento global, como vai ser a condição da atmosfera do ponto de vista na formação das nuvens e da precipitação, explicou o pesquisador.

Os especialistas conseguiram isolar, pela primeira vez, aerossóis (partículas sólidas ou líquidas suspensas na atmosfera) em condições pristinas. Na Bacia do Amazonas, ao norte de Manaus, eles analisaram as partículas formadas no ecossistema da floresta tropical, livres de qualquer influência antropogênica.

Trabalhando com uma torre de 40 metros de altura e equipamentos extremamente sofisticados, os cientistas conseguiram determinar que, sobre a floresta, a concentração de partículas é de 200 a 300 por centímetro cúbico.

Para se ter uma ideia, em regiões de grandes cidades industrializadas, este número é de dezenas de milhares.

Partículas são essenciais para a formação de nuvens. É ao redor delas que núcleos começam a se agrupar para dar origem a nuvens. Sobre as grandes cidades, muitas vezes, nuvens se formam a partir de partículas de poluição.

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