O mais velho sertanista em atividade vive hoje em Altamira, no Pará, e caminha lentamente, de preferência com o apoio de alguém. Aos 72 anos, tem a saúde de quem já recorreu às pernas em incontáveis expedições no interior da floresta amazônica. Em uma delas, pensou até em correr para fugir do ataque repentino de indígenas, mas não conseguiu evitar que uma flecha lhe atravessasse o corpo. Sobreviveu, não guarda mágoas e até virou colega de seu agressor.
Afonso Alves da Silva é o primeiro sertanista a ter parte de sua história contada no Globo Amazônia, em uma série semanal que revelará até o fim do ano, sempre aos domingos, o perfil dos mais experientes indigenistas em atividade no país. Eles estiveram em São Paulo no fim de outubro para participar do encontro Memórias Sertanistas, no Sesc Consolação, onde trocaram ideias com o público, intermediados por antropólogos e jornalistas.
Em 1979, Afonsinho foi atingido por flechas no pulmão, no ombro e no rim.
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