segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Cúpula do Clima abordará questões chave, mesmo sem adoção de tratado

Entre as principais questões, está o problema do desmatamento.

A conferência das Nações Unidas começa nesta segunda-feira (29).

A conferência das Nações Unidas sobre o Clima, que começa esta segunda-feira (29) em Cancún (leste do México), não está destinada a forjar um acordo global para combater o aquecimento, afirmaram organizadores e negociadores, mas pode avançar em questões chave como o desmatamento.

Mais de 190 países se reúnem até 10 de dezembro no balneário mexicano para tentar reavivar a negociação sobre o clima, estancada após a decepção de Copenhaguen, um ano atrás.

Destinada a prosseguir e melhorar a luta mundial contra o aquecimento a partir de 2012 - ano em que expira o Protocolo de Kyoto -, a conferência de Copenhaguen terminou com a adoção de um texto não vinculante, negociado no apagar das luzes da conferência por um punhado de chefes de Estado, que propôs limitar a elevação da temperatura do planeta a dois graus Celsius, sem detalhar a forma de fazê-lo.

Um novo fracasso este ano seria fatal para o processo. Organizadores e negociadores estão decididos a obter resultados que, embora não se concretizem em um tratado internacional, obtenham avanços frente à conferência de Durban (África do Sul), prevista para o fim de 2011.

Temos que seguir uma estratégia por passos, não podemos colocar todos os temas sobre a mesa, reconheceu, no domingo, o negociador da Comissão Europeia, Artur Runge-Metzger. Não estamos dizendo que em Cancún conseguiremos um tratado completo e juridicamente vinculante, destacou.

No mesmo sentido, expressou recentemente o presidente mexicano, Felipe Calderón. Não é possível esperar (em Cancún) o tratado para o futuro com compromissos legalmente vinculantes que todos queremos, mas a boa notícia é que Cancún conseguirá certamente resultados sem precedentes, afirmou.

Para a costa-riquenha Christiana Figueres, secretária executiva da Convenção Quadro das Nações Unidas para as Mudanças Climáticas, Cancún pode avançar em quatro aspectos: ações contra o aquecimento global, transferência de tecnologias limpas dos países ricos para os pobres, criação de um fundo de financiamento das operações de longo prazo e redução das emissões de CO2 atribuídas ao desmatamento.

O desmatamento é uma das questões com mais chances de avançar este ano, através do mecanismo REDD+, que prevê a compensação aos países com selva tropical - como Brasil, Indonésia ou os países da bacia do Congo - que renunciem ao corte de suas árvores.

A reunião contará em seu encerramento com a presença de alguns chefes de Estado, como o presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva.

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