segunda-feira, 24 de novembro de 2008
Envolverde - Amazônia ganha rede de biodiversidade e tecnologia
Por Lilian Baymas e Shamara Fragoso, da Agência Amazônia
Anúncio feito durante a Conferência Científica Internacional significa mais investimentos no setor.
MANAUS – O secretário de Política e Programas de Pesquisa e Desenvolvimento, do Ministério da Ciência e Tecnologia , Luiz Antonio Barreto de Castro, anunciou em Manaus, durante a cerimônia de abertura da Conferência Científica Internacional “Amazônia em Perspectiva Ciência Integrada para um Futuro Sustentável”, a criação da Rede Amazônica de Biodiversidade e Biotecnologia (Bionorte). Portaria oficializando a rede será publicada no dia 8 de dezembro próximo, pelo ministro da Ciência e Tecnologia, Sergio Rezende Machado.
A conferência reuniu até esta quinta-feira, em Manaus, cerca de mil pesquisadores e estudantes de diversos países. Eles debateram os resultados de estudos sobre clima, biodiversidade, uso e cobertura da terra, no âmbito dos Programas: Programa de Grande Escala da Biosfera-Atmosfera na Amazônia (LBA); Programa de Pesquisa em Biodiversidade da Amazônia (PPBio) e Geoprocessamento e Modelagem Ambiental na Amazônia (Geoma).
Investimentos em pessoal
A Rede tem como objetivo ampliar os investimentos na pesquisa sobre biodiversidade e na formação de novos mestres e doutores para a Região Amazônica. A intensificação de pesquisas sobre a biodiversidade amazônica foi debatida em vários momentos, na segunda-feira. Durante a plenária de abertura, cujo tema foi “Amazônia: Um sistema em desequilíbrio? Avaliações integradas da biogeoquímica, hidrologia, clima e biodiversidade da Amazônia”, proferida pelo pesquisador da USP, Paulo Artaxo, foram recorrentes as discussões de que ainda são fundamentais os esforços para aumentar investimentos em pessoal e pesquisa sobre o tema.
A apreciação se baseia no princípio de que os grandes passos para ações de conservação ambiental só podem ser dados após construção de um banco de dados mais completo e eficiente da natureza amazônica.
O pesquisador Alexandre Bonaldo, do Museu Goeldi, coordenador do Componente Coleções do Programa de Pesquisa de Biodiversidade (PPBio Amazônia Oriental), e Mike Hopkins, do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa) e do PPBio Amazônia Ocidental, coordenaram a sessão “Integração de taxonomia e das coleções biológicas em estudos ecossistêmicos”. Apresentaram os avanços na coleta e identificação de exemplares da flora e fauna amazônica.
Amazônia é o reino mundial dos fungos
MANAUS – Em entrevista à Agência Museu Goeldi, Bonaldo destacou as coleções científicas como principais instrumentos para avanço dos estudos taxonômicos, área de pesquisa em que os organismos são investigados em sua estrutura morfológica e molecular para serem encaixados nas classificações mais adequadas.
Segundo os pesquisadores, um dos impactos positivos da criação do PPPBio é o significativo crescimento das coleções científicas das instituições regionais, tendo como exemplo o Museu Goeldi.
Ainda na segunda-feira foram apresentados outros resultados de esforços de coleta desenvolvidos no âmbito do PPBio Amazônia Oriental, cujo núcleo executor é coordenado pelo Museu Goeldi, de Belém.
A pesquisa “Diversidade dos Fungos Poliporóides no Sítio do Programa de Biodiversidade da Amazônia (PPBIO) em Caxiuanã, Melgaço – Pará”, orientada pela Dra. Helen Sótão (Coordenação de Botânica do Mseu Goeldi) e apresentada por Priscila Medeiros (bolsista do Goeldi e estudante da Universidade Federal do Pará) detectou um aumento da quantidade dessa espécie de fungos na região de Caxiuanã.
A Amazônia é a região que possui maior diversidade de fungos em todo o mundo, no entanto, a pesquisa desses seres ainda é ínfima, destacou a pesquisadora Helen Sótão.
As pesquisadoras avaliam que as coletas nas parcelas e trilhas de Caxiuanã precisam ser complementadas com buscas em diferentes pontos da Floresta Nacional de Caxiuanã para se obter um melhor diagnóstico da diversidade dos Fungos poliporóides daquela região.
(*) São repórteres da Agência Museu Goeldi, em Belém (PA).
Crédito da imagem:ROXPORTAL
(Envolverde/Agência Amazônia)
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