A usina de Belo Monte continua a gerar polêmica. Para tentar evitar o financiamento da obra pelo Banco do Brasil, mais de 100 organizações nacionais e internacionais enviaram ontem uma notificação extrajudicial ao presidente do banco, Aldemir Bendine. No documento, as entidades apontam os possíveis problemas socioambientais que serão causados pela construção da usina e pedem que o banco não financie a usina. O BB confirma o recebimento da carta, mas alega que ainda é cedo para se pronunciar sobre o assunto, uma vez que não recebeu nenhuma solicitação formal a respeito do financiamento da usina.
Em relação ao teor do documento, o coordenador de finanças da organização Amigos da Terra, Roland Widmer, afirmou que ele tem o objetivo de informar sobre as responsabilidades que o banco assume ao financiar a usina. Widmer argumentou que, segundo a legislação, quem financia a obra assume a responsabilidade solidária pelos danos que aconteçam ao meio ambiente. De acordo com ele, a construção da usina representa um grande risco para a Amazônia, uma vez que é provável que a qualidade da água seja alterada ou que ocorra uma seca na Volta Grande do Xingu. Estas consequências, segundo ele, prejudicarão principalmente as famílias que dependem do rio para sobreviver.
O documento frisa que o Banco assinou compromissos, como o Protocolo Verde e os Princípios do Equador, pelo desenvolvimento sustentável e preservação ambiental. Widmer alegou que, além de contrastar com esses compromissos, a construção da usina representa uma violação à Constituição, pois desrespeita a garantia dos direitos originários dos indígenas sobre as terras que ocupam. Para o ele, o banco seria imprudente ao assumir o risco de comprometer a sua reputação ao se responsabilizar pelo financiamento das obras.
Dentre as entidades que assinaram o documento estão: Greenpeace, Movimento Xingu Vivo para Sempre, International Rivers, Instituto Socioambiental (ISA), Associação de Defesa Etnoambiental Kanindé e BankTrack.
Um comentário:
Onde estava o Greenpeace quando do vazamento de óleo no Golfo do México por cerca de 90 dias ininterruptos? Certamente a petrolífera British Petroleum, espertamente chamada agora apenas de BB, que financia o Greenpeace não permitiu manifestações de ONGs naquele que foi o pior desastre ecológico nos EUA. Agora quanto a hidrelétrica de Belo Monte todas as ONGs gritam a vontade e pretendem segurar o desenvolvimento do gigante eternamente em berço esplêndido. Dois pesos e duas medidas. Não deveríamos permitir que ONGs estrangeiras interferissem deste modo nos interesses do Brasil e do povo brasileiro.
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