É menos do que o recorde de 2007, mas ainda assim o número é preocupante, diz Pronafogo.
Martha San Juan França
O tempo seco continua a causar transtornos à população e focos de queimadas em vários pontos do Brasil. Em levantamento realizado ontem, o coordenador do Programa Nacional de Redução e Substituição do Fogo nas Áreas Rurais e Florestais (Pronafogo) mostrou que foram 62 mil focos desde o início do ano.
Ainda está na média histórica e menos do que o recorde de 150 mil focos de 2007, mas é preocupante. "O número é excessivo em um país como o Brasil que tem recursos tecnológicos e uma agricultura desenvolvida que não necessita desse tipo de prática", diz Amorim.
Ele afirma que as áreas mais atingidas no momento são Mato Grosso, Goiás, Pará, Tocatins e parte da Bahia e Piauí.
"Estamos trabalhando em 170 incêndios principais nas áreas mais desprotegidas, como terras públicas e indígenas como o Parque Indígena do Xingu e o Parque Nacional Grande Sertão Veredas, na divisa entre Minas Gerais e Bahia", diz.
Retorno insatisfatório Mendes alertou para o fato de que nenhuma dessas queimadas é natural. "Começam porque alguém fez o que não devia por acidente ou propositalmente. O clima seco ajuda a expandir, mas o início é obra humana." O Pronafogo foi criado com a intenção de atuar na prevenção de queimadas com medidas de educação ambiental, entre outras, o que custa bem menos do que combater o fogo. Mas está sendo obrigado a agir depois.
Atualmente, dispõe de dois aviões-tanque, mais de 20 helicópteros e quase 12 mil homens em todo o Brasil - do Instituto Chico Mendes, Ibama, Exército, Bombeiros, Defesa Civil trabalhando diretamente contra os incêndios. Até o final do ano, segundo Amorim, disporá de R$ 150 milhões para essa finalidade.
Mas não é suficiente.
"Se não houver colaboração da população que hoje se envolve em incêndios criminosos, estaremos gastando muitos recursos com retorno insatisfatório", diz o coordenador do órgão.
"Estamos executando centenas de autos de infração,mas as pessoas não se sentem intimidadas.
Não me refiro a pequenos agricultores, mas aqueles que teriam informação para agir de forma preventiva e ainda assim cometem crimes." Amorim cita os focos de queimadas no Parque Nacional da Canastra, na Ilha do Bananal e no eixo do desmatamento (norte do Mato Grosso, Amazonas, sul do Pará e divisa de Tocantins e Maranhão.
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Coordenador de órgão do Ministério do Meio Ambiente diz que nenhum incêndio é natural, mas causado pela ação do homem e se expande devido ao tempo seco
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