O segmento de madeira enfrentou dificuldades nos últimos anos por causa da queda nas exportações e valorização do real. Para efeito de comparação, os embarques no país de janeiro a agosto do ano passado somaram US$ 1,998 bilhão e, no mesmo período de 2009, caíram 46%, para US$ 1,080 bilhão. No Paraná, a queda foi de US$ 632 milhões para US$ 343 milhões nos primeiros oito meses.
Como medida para enfrentar os problemas, empresários do setor sugeriram recentemente, em reunião na Federação das Indústrias do Paraná (Fiep), a criação de um programa de financiamento de imóveis de madeira, a união do setor, mais investimentos em tecnologia e inovação e a redução da carga tributária. Mesmo sem avanço nas propostas, o presidente da Associação Brasileira da Indústria da Madeira Processada Mecanicamente (Abimci), Antonio Rubens Camilotti, conta que os primeiros sinais de recuperação das vendas começam a ser vistos este mês.
"Ao menos deve parar de cair", ele espera, citando o fim das férias na Europa e o fato de o segundo semestre ser habitualmente melhor que o primeiro. Camilotti lembra que as exportações brasileiras de produtos de madeira sólida vêm diminuindo desde 2007, ou seja, antes do início da crise financeira mundial, que tornou a situação mais complicada. O mercado interno passou, então, a ser visto como uma saída para as empresas.
As fabricantes de produtos de madeira atuam em diversas frentes. No caso das que fazem placas de MDF e OSB, recentemente houve um período de aquisições e fusões. A última foi no fim de agosto, com a compra da Tafisa Brasil, do grupo português Sonae, pela Placas do Paraná, do grupo chileno Arauco. A unidade fica em Pien (PR) e tem capacidade instalada de 640 mil m3/ano.
Em junho, a Duratex, do grupo Itaúsa, e a fabricante de painéis de madeira Satipel anunciaram a união de suas operações. No ano passado, americana Louisiana-Pacific adquiriu 75% da fábrica de painéis estruturais OSB da chilena Masisa, em Ponta Grossa (PR). "São empresas grandes, com estratégias globais. No caso das empresas menores, a maioria familiares, não há indicações de que possa haver movimentações desse tipo", diz Camilotti.
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