Foram desmatados 535 quilômetros quadrados de florestas na Amazônia em julho de 2009, de acordo com o Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon). Se comparado com julho de 2008, que registrou 276 km², o desmatamento aumentou 93%. Esses números, entretanto, podem não estar mostrando o desmatamento que de fato ocorreu no mês.
Por Bruno Calixto
A pesquisadora do Imazon Sanae Hayashi explica que o desmatamento que foi detectado em julho pode não ter ocorrido nesse mês. "Como o período de chuvas em 2009 foi longo, tivemos uma cobertura de nuvens maior. Cerca de 55% do desmatamento detectado estava sob as nuvens nos dois últimos meses. Pode ser que esses desmatamentos tenham ocorrido, de fato, nos meses anteriores".
As áreas que estavam cobertas por nuvens em maio e junho se concentram no Pará, principalmente na Terra do Meio. Essa região concentra a maior quantidade de focos de desmatamento detectados, o que fez com que os números do desmatamento do Pará correspondessem por 70% de tudo o que foi detectado em julho.
Segundo Sanae, os números de julho de 2009 não apontam para uma tendência de aumento no desmate, já que nos doze meses do calendário atual de desmatamento - período que vai de agosto de 2008 até julho de 2009 - houve queda na área desmatada.
Entre agosto de 2008 a julho de 2009 foram registrados 1.766 km² de áreas desmatadas na Amazônia, uma redução de 65% na comparação com o mesmo período do ano anterior, quando foram detectados 5.031 km² desmatados. O Pará foi o Estado que mais desmatou, com 54% do total. Em seguida aparece o Mato Grosso (25%), Amazonas e Rondônia (ambos com 7%).
Comparando com o mesmo período do anterior, a maioria dos Estados apresentou queda no desmatamento, sendo que a maior redução ocorreu em Mato Grosso (-79%) e Rondônia (-74%). O único Estado que apresentou aumento da área desmatada foi o Acre (3%), mas em termos absolutos trata-se de um crescimento pouco expressivo, de apenas 1 km2.
Municípios críticos
O desmatamento se concentrou no Pará, na região da Terra do Meio e no entorno da BR-163 (Santarém-Cuiabá). Altamira teve a maior quantidade de áreas desmatadas: 131 km2. O desmatamento também foi grande nos municípios de Novo Progresso, São Félix do Xingu e Itaituba, todos no Pará.
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