O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou ontem em discurso no jantar de encerramento da reunião do clima que o Brasil está preparado para apresentar na conferência de Copenhague um número de redução de emissões. Até agora, o país ainda não se comprometeu com um percentual de corte.
Por JANAINA LAGE
DE NOVA YORK
Em discurso, o presidente diz que o número demonstrará a determinação do país de adotar ações efetivas para o esforço global e que representem um "desvio significativo" da trajetória normal de emissões.
O número ainda está sendo calculado, e há uma disputa interna no governo sobre qual seria o tamanho desse desvio.
"Esperamos que todos os países, desenvolvidos e em desenvolvimento, apresentem o mesmo nível de ambição em suas posições para a conferência", disse Lula, que não compareceu à cúpula de ontem.
Segundo Lula, a principal contribuição do país no futuro imediato será o combate ao desmatamento. O próprio secretário geral da ONU, Ban Ki-moon, já havia feito críticas ao nível de desmatamento no país.
Lula lembrou os dados do Plano Nacional sobre Mudança do Clima, que prevê uma redução até 2017 de 70% em desmatamento. Até 2020, a redução alcançaria 80%. "O combate ao desmatamento não é, como se pensa muitas vezes, ação de fácil execução", disse.
O presidente voltou a citar a criação do Fundo Amazônia, que até agora só recebeu contribuição da Noruega. Lula convidou os demais países a doarem para o fundo.
Lula destacou que, para que a Copenhague tenha êxito, não basta que os países em desenvolvimento se comprometam com reduções nas emissões. Voltou a cobrar um compromisso maior dos países ricos.
O presidente citou o IPCC (o painel do clima da ONU), que sugere que os desenvolvidos diminuam suas emissões entre 25% e 40% até 2020, com base nas emissões de 1990. A proposta do Brasil é que os países ricos reduzam em, no mínimo, 40%. "Os números apresentados pelos países desenvolvidos até o momento geram, na melhor das hipóteses, redução coletiva de 11%", disse.
No discurso, Lula voltou a fazer campanha pelos biocombustíveis. Disse estar convencido de que não será possível enfrentar a mudança do clima sem aumento expressivo no uso internacional de fontes renováveis. "É inaceitável esperar que os países em desenvolvimento arquem na prática com a maioria das reduções.
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