O desenvolvimento econômico proporcionado pelo Pólo Industrial de Manauslevou à redução, em 70%, entre 2002 e 2007, do índice de desmatamento no estado do Amazonas. Essa foi uma das principais conclusões do estudo Instrumentos Econômicos para a Proteção da Amazônia, que poderá ser levado para a Conferência das Partes (COP 15) da Convenção das Nações Unidas sobre Mudança do Clima, em Copenhague, na Dinamarca.
O anúncio foi feito pela vice-presidente da Comissão Mista Permanente de Mudanças Climáticas, deputada Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM), em audiência pública, na Câmara dos Deputados, nesta quarta-feira (23), durante debate em conjunto com outras comissões da Câmara.
- O Plano Nacional de Mudanças Climáticas prevê uma redução de 72% do desmatamento na Amazônia até 2017. Mas quais serão as medidas a serem tomadas para amparar essa decisão? Vamos ficar parados, deslumbrados? Temos que estabelecer um grande eixo de fortalecimento da Zona Franca de Manaus - defendeu Vanessa Grazziotin, que apoia a prorrogação dos incentivos fiscais por um período de dez anos.
José Alberto da Costa Machado, pesquisador da Universidade Federal da Amazônia (Ufam), afirmou que um dos grandes achados do estudo foi que o Pólo Industrial de Manaus é "uma força que atua contra a lógica do desmatamento" e por isso tem influenciado na preservação da floresta amazônica.
- Um Distrito Federal deixou de ser desmatado [entre 2002 e 2006]. A floresta tem valor presente e futuro. São 5.200 quilômetros quadrados de Floresta Amazônica. A sociedade tem que pagar para a Amazônia ficar em pé - declarou.
O pesquisador destacou também a conclusão de que o pólo serve de parâmetro para a formulação de uma política pública coerente, que leve a um processo de desenvolvimento sustentável, explorando de modo racional as potencialidades da floresta, com o correto aproveitamento da biodiversidade e dos recursos humanos locais.
Ana Maria Oliveira de Souza, coordenadora-geral de Estudos Econômicos e Empresariais da Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa) fez críticas ao governo, que estaria, segundo ela, defendendo publicamente uma política ambiental de conservação da floresta, porém na prática, avalia, "promove violento contingenciamento dos recursos que mantêm a floresta em pé."
Ela enumerou três aspectos que considera vitais para a manutenção do modelo de desenvolvimento econômico sustentável promovido pelo pólo industrial: o capital intelectual produzido "dentro e para" a Amazônia, a exemplo da parceria da Suframa com as universidades federal e estadual, que teria contribuído com o aumento de 111% no número de mestres e doutores entre 2002 e 2007; a presença militar na Amazônia, para promover a segurança das fronteiras; e os incentivos fiscais para a Zona Franca, para manter baixas as taxas de desmatamento.
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