A demora para conseguir a licença ambiental da linha de transmissão para as usinas hidrelétricas que estão sendo construídas no rio Madeira, em Rondônia, não estava prevista no calendário dos consórcios responsáveis pelas obras. Leiloada em novembro de 2008, a linha só teve a licença ambiental aprovada neste mês pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama), quatro meses depois do previsto.
Os responsáveis pelos consórcios estão preocupados com o atraso, já que pretendiam adiantar o cronograma. A usina de Jirau, tocada pelo consórcio Energia Sustentável do Brasil, anunciou que deve começar a gerar energia em março de 2012, um ano antes do previsto. Já na usina de Santo Antônio, do consórcio Santo Antônio Energia, a previsão é de início em dezembro de 2011, também um ano adiantado.
Porém, segundo a Agência Nacional de Energia Elétrica, o linhão que irá que irá levar a energia produzida para o Sudeste só deve ficar pronto a partir de junho de 2012, e sua construção ainda depende de uma nova licença ambiental.
Victor Paranhos, presidente do consórcio Energia Sustentável do Brasil, afirmou ao jornal que "a entrada antecipada das usinas já está no planejamento do governo federal".
Os consórcios já enfrentaram alguns problemas antes mesmo de iniciarem as obras, como os protestos de moradores e ambientalistas contra a construção das barragens e dificuldades no reassentamento das populações atingidas, entre outros.
Para tentar buscar alternativas, a usina de Jirau estuda a possibilidade de enviar parte da energia produzida antecipadamente para uma linha que abastece Rondônia e Acre, para atender ao mercado livre (formado por grandes consumidores de energia, como indústrias, que compram energia diretamente das usinas, e não via concessionárias).
Porém, a capacidade dessa linha é baixa, e há dúvidas sobre se haveria consumidores livres em número suficiente nesses Estados.
O consórcio IE Madeira, responsável pela obra do linhão, informou que está comprando os materiais para a obra dentro do cronograma original, mesmo com o atraso na licença.
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