sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

COP-16 - Acordos florestais pendentes podem ser paralisados por outros problemas

REDD está apto para ser aproveitado em Cancun

Cancun, México - Países estão prestes a adotar um acordo para proteger as florestas do mundo inteiro, na Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP-16) em Cancun. A conferência está considerando decisões para a Redução de Emissões por Desmatamento e Degradação de Florestas (REDD) e, desta forma, aumentar a cobertura florestal nos países ricos. Duncan Marsh, diretor Internacional de Políticas de Mudanças Climáticas da ONG The Nature Conservancy (TNC) comenta que o "REDD é um dos grandes potenciais para resultados positivos na COP-16." "Há um nível impressionante de consenso em torno de um acordo muito sólido", completa ele.

Neste momento, em que se discute sobre as florestas, estão sendo geradas negociações inclusive fora da COP-16. O presidente mexicano Felipe Calderón, apresentou a visão do país sobre o REDD, incluindo a recém-anunciada parceria regional entre os três estados da Península de Yucatán, onde a TNC trabalha com as florestas comunais chamadas de "ejidos". Outros três projetos serão em Jalisco, Chiapas e na bacia do Cutzamala, que abastecem 30% da água da Cidade do México.

"A iniciativa de mudança climática da Península de Yucatán é um exemplo de como os governos locais estão reagindo à falta de acordos vinculados à comunidade internacional", disse Rosario Alvarez, diretora da TNC no México. Algumas comunidades e governos locais entendem a urgência de proteger grandes paisagens e únem esforços para fazê-lo, como por exemplo, a floresta Maya. "Aplaudimos este esforço na Península de Yucatán e do governo mexicano que inicia uma ação ao invés de esperar que as negociações internacionais simplesmente aconteçam", disse Rosario.

Além de México, os Estados Unidos apresentaram suas estratégias e destinarão US$ 1 bilhão para o REDD+ mais o que foi anunciado pelo governo Obama na COP-15, que aconteceu em Copenhague.

Enquanto o REDD está se movendo em uma direção positiva, as regras florestais nos países desenvolvidos não estão. O uso da terra, mudança no uso da terra e florestas (LULUCF - sigla em inglês) são as regras contabilizáveis para as florestas nos países desenvolvidos no âmbito do Protocolo de Quioto. As negociações devem decidir como as florestas dos países ricos podem contribuir para a reunião climática pós 2012.

"Os países desenvolvidos estão criando um duplo padrão, ao criar regras de contabilidade da floresta por si próprios que são menos rigorosas do que o que eles estão exigindo dos países em desenvolvimento para se qualificar para REDD", disse Jeff Fiedler, consultor Sênior de Políticas para o Clima e Florestas da TNC. "Nós incentivamos ministros a fecharem as lacunas e aumentarem a integração ambiental", complementa.

No Brasil, a TNC está atualmente em fase de concepção de dois programas piloto de carbono florestal nos municípios de São Félix do Xingu, no Pará e Cotriguaçu, em Mato Grosso - os dois estados respondem por 70% do desmatamento do país. Entre outros objetivos, os programas buscam contribuir para o desenvolvimento de ferramentas e metodologias que garantam a credibilidade legal, institucional e técnica do mecanismo REDD+, dando insumos para as negociações nacionais e internacionais sobre mudanças climáticas.

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