Alessandra Karla Leite ESPECIAL PARA O ESTADO / MANAUS
Cota mínima registrada ontem foi de 13,63 metros; dos 62 municípios da região, pelo menos 40 já decretaram estado de emergência
A seca do Rio Negro, em Manaus, bateu a marca de 1963 e registrou a cota mínima de 13,63 metros - um centímetro abaixo da marca daquele ano, considerada até a manhã de ontem a mais baixa desde 1902, quando as medições começaram a ser feitas.
Alberto Cesár Araújo/AEEstiagem. Barcos encalhados no Rio Negro nas proximidades do Porto de Manaus
O recorde foi confirmado pelo encarregado do serviço hidrográfico do porto da capital, Valderino Pereira da Silva. Técnicos do Serviço Geológico do Brasil (CPRM) acompanharam a medição realizada ontem, data em que Manaus completa 341 anos, no terminal de contêineres do porto, no centro da capital. Dos 62 municípios da região, pelo menos 40 já decretaram estado de emergência.
A Defesa Civil do Amazonas, em parceria com o Exército brasileiro, usará helicópteros para prestar atendimento aos atingidos pela seca, com o envio de água potável e mantimentos.
A prioridade será o município de Tefé, a 516 quilômetros em linha reta de Manaus, onde comunidades estão totalmente isoladas. Mais de 62 mil famílias foram afetadas pela estiagem, de acordo com cálculos do governo do Amazonas.
Em 2009, o rio bateu o recorde da maior cheia da série histórica do CPRM. Em julho do ano passado foi atingida a marca de 29,77 metros, ultrapassando os 29,69 da cheia de 1953.
O Rio Negro é o segundo maior do mundo em volume de água - atrás somente do Rio Amazonas.
Previsão. Segundo informações do setor da previsão do tempo do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) em Manaus, a expectativa de chuvas para hoje, na área que corresponde ao Rio Negro, é apenas em áreas isoladas.
O Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos (Cptec), ligado ao Instituto Nacional d Pesquisas Espaciais (Inpe), prevê também pancadas de chuva em Tefé no dia de hoje.
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