A aprovação de um plano estratégico de metas para 2020 também foi bastante comemorada em Nagoya, porém com ressalvas. Algumas das propostas tiveram de ser reduzidas para evitar um fracasso nas negociações.
A meta de criação de áreas protegidas ficou em 17% para ecossistemas terrestres e de água doce e 10% para ecossistemas marinhos e costeiros. A cobertura hoje é de 13% e cerca de 1%, respectivamente. A meta mínima almejada pelo Brasil era de 20% e 10%. "Foi um pouco frustrante", avaliou Claudio Maretti, superintendente de Conservação da WWF-Brasil. A resistência às metas mais ambiciosas vieram, surpreendentemente, de países em desenvolvimento da região tropical, em especial da África e do Sudeste Asiático, e não dos países ricos do Hemisfério Norte.
"Alguns países infelizmente ainda têm uma visão ultrapassada de que a conservação da natureza atrapalha o desenvolvimento", disse Maretti ao Estado.
"O importante agora é que esses 4% extras (acima da cobertura atual de 13% em ambientes terrestres) sejam criados em áreas críticas para a biodiversidade", disse Russ Mittermeier, presidente da ONG Conservação Internacional, que defendia uma meta de 25% e 15%.
A meta para a redução da perda de hábitats ficou em "pelo menos 50% ou até próximo de 100%, onde for possível", com uma menção especial ao desmatamento de florestas. A meta sobre financiamento teve de ser diluída para ganhar a aprovação dos países desenvolvidos. Em vez do aumento de dez vezes inicialmente proposto, o texto final pede apenas um "aumento substancial" do volume de recursos destinados à conservação.
A negociação de um mecanismo de financiamento para implementação da convenção também foi extremamente complicada - foi o único ponto levado à plenária e não aprovado.
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