sexta-feira, 1 de abril de 2011

Secretário do MMA discute política ambiental com governo norte-americano

Carine Corrêa

O secretário-executivo do Ministério do Meio Ambiente, Francisco Gaetani, se reuniu nesta quinta-feira (31/3), com o secretário do Interior dos Estados Unidos, Kenneth Salazar, a comitiva americana e representantes do Ibama e do Instituto Chico Mendes da Biodiversidade para tratar de políticas brasileiras nas áreas de conservação e meio ambiente, petróleo, gás natural e biodiversidade.

Francisco Gaetani disse que um ponto fundamental que está sendo abordado com os EUA é a regulação responsável de setores como mercado de carbono e eficiência energética, e que a estrutura de incentivo de muitas instituições brasileiras ainda está em fase de desenvolvimento.

"Estamos envolvidos num empenho de capacitação profissional e qualificação técnica, e gostaríamos de fazer um intercâmbio com os americanos. A economia das florestas, por exemplo, poderia ser beneficiada com este diálogo entre os dois países, e o avanço tecnológico americano pode nos ajudar a combater o desmatamento".

O secretário-executivo também afirmou que é necessário aperfeiçoar a agenda de carbono, bem como o mecanismo REDD. Ele explicou que o Ministério da Fazenda e da Agricultura também estão envolvidos na questão, mas que ainda devem ser desenvolvidas as regras, o mercado e a organização institucional deste setor.

Kenneth Salazar explicou que 20% das terras públicas americanas estão sob gestão do Departamento do Interior, e que outros 20% são geridos pelo Departamento de Agricultura, o que faz com que os recursos naturais e questões relacionadas ao meio ambiente nos Estados Unidos sejam tratados por pelo menos dois setores governamentais. "Isso gera muitas vezes uma sobreposição de medidas, e temos que desenvolver melhor a política ambiental no nosso país, a exemplo do Brasil", afirmou.

Ele disse ainda que os EUA pretendem aprofundar as relações entre o MMA e o Departamento do Interior. "O Ministério do Meio Ambiente do Brasil é visto por nós como uma instituição dinâmica, progressista, de soluções criativas, e por isso é considerada uma das melhores organizações para a preservação do meio ambiente em todo mundo. Queremos trocar informações e experiências que possam nos ajudar e ajudá-los nestes desafios".

Salazar explicou também que em relação a florestas e sustentabilidade a política ambiental dos EUA ainda não avançou muito. No que se refere ao mercado de carbono e ao marco regulatório desta atividade, ele disse que o presidente Obama e a equipe do Departamento ainda não tiveram muito êxito, porque que o povo americano ainda não entendeu a importância e os desafios das mudanças climáticas. Ele afirmou ainda que está sendo desenvolvido um programa para que os especialistas de ambos os países possam discutir a regulação do mercado de carbono.

"Os brasileiros entendem melhor a importância deste assunto e estão mais à frente do que nós. Precisamos aumentar a consciência do povo dos EUA sobre isso, senão não vamos conseguir uma legislação americana que estimule o sequestro de carbono", afirmou.

Salazar disse ainda que o presidente Obama e o Departamento do Interior estão tentando defender no Congresso americano a ideia de que os programas de conservação geram empregos diretos e indiretos, e que podem favorecer a economia.

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