Por Amanda Mota
O diretor do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), Adalberto Val, defendeu hoje (8), em Manaus, a preservação da Floresta Amazônica como possibilidade para enfrentar as modificações climáticas que estão ocorrendo em escala global e que, para ele, podem ocorrer de forma mais efetiva num futuro próximo.
"A diversidade biológica da Amazônia existe há milhares de anos. Isso prova que a região viveu todos os extremos ambientais do passado e, portanto, preserva e representa um repositório de tudo isso que pode servir de lição para a atualidade", considerou.
Para um público composto por prefeitos de diversos municípios da Região Norte e de outros países da Amazônia Internacional, Val deu uma palestra durante as atividades da Cúpula Amazônica de Governos Locais.
Ele destacou que produtos podem ser extraídos a partir da floresta, sem derrubá-la. Como exemplo, o representante do Inpa citou a pesca em igarapés (braços de rios) e o uso de frutos e da vegetação das várzeas (áreas que são alagadas pelos rios em determinadas épocas do ano).
Para o diretor do Inpa, essas alternativas poderão contribuir para a inclusão social e a geração de renda. "Fazer isso é diminuir a pressão sobre a floresta."
Ainda nas considerações de Val, preservar a floresta é fundamental, mas as pessoas que vivem nessa região precisam de alternativas para sua sobrevivência, sob pena de a pressão cair sobre a floresta.
"Não adianta importar soluções para a Amazônia. Esta região precisa resolver seus problemas de acordo com as soluções que tem aqui", acrescentou.
A Cúpula Amazônica de Governos Locais obteve a chancela da Cidades e Governos Locais Unidos (CGLU) - entidade internacional que representa os municípios de 127 países integrantes da Organização das Nações Unidas (ONU) - para se tornar um Fórum Permanente de Governos Locais com a finalidade de representar os mais de 2 mil gestores locais (prefeitos) de municípios situados na Floresta Amazônica. A cúpula está sendo realizada em Manaus e segue até sábado (10).
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