A Operação Boi Pirata II, que visa coibir o desmatamento ilegal na Amazônia para criação de gado, em andamento no oeste do estado do Pará, no município de Novo Progresso, recebeu a visita do ministro de Estado do Meio Ambiente, Carlos Minc.
Por Badaró Ferrari, do Ibama
O ministro esteve na fazenda Barroso, ocupada pelo Ibama, que fica na entrada da zona norte da Floresta Nacional - Flona do Jamanxim, região onde os índices de desmatamento são muito altos. Lá, falou à imprensa e anunciou o saldo da operação até o momento. Seis mil cabeças de gado já foram retiradas da Flona, 15 mil estão saindo e 1.700 estão sendo apreendidas hoje e serão doadas aos programas sociais do Governo Federal. “Boi pirata vai virar churrasquinho do Fome Zero”, disse.
Foram apreendidos até o momento: 14 armas, mil litros de óleo diesel que era transportado dentro da Flona de modo irregular, quatro tratores, sendo dois de esteira, três caminhões, uma serraria móvel. Foram detidas 17 pessoas e lavrados 27 autos de infração, que geraram R$ 23,86 milhões em multas.
De acordo com Carlos Minc, quem não tirar seus rebanhos da Flona o mais rápido possível, perderá o gado. “Quem entrou em terra que não era sua, tem que tirar o gado imediatamente”, informa. Disse ainda que todas as fazendas serão multadas, pois é crime ocupar áreas da União. “Isso dá cadeia”, ameaça.
Grande efetivo
O ministro salientou que desta vez não se repetirão os episódios de Paragominas/PA, quando servidores do Ibama foram agredidos “de forma covarde e criminosa” em operação contra madeireiros que agiam de forma ilegal. Para isso, a operação conta com um grande efetivo policial, que garantirá a segurança de seus agentes.
Para a Operação Boi Pirata II, estão disponíveis dois helicópteros, um caminhão tanque exclusivo para abastecer as aeronaves, 25 veículos próprios para as estradas da região, além de agentes ambientais do Ibama de vários estados brasileiros, policiais federais, policiais da Força Nacional de Segurança Pública, policiais militares ambientais do Distrito Federal, policiais militares e tropa de choque do estado do Pará, que somam quase 160 pessoas.
O ministro falou também que, apesar do movimento de vários políticos locais insuflando as pessoas a colocarem fogo na base operativa do Ibama, de um juiz do estado do Pará ter tentado prender o coordenador da operação e da pressão política e econômica para manter o desmatamento na região, a Operação Boi Pirata II seguirá de forma inequívoca.
Como alternativa ao desenvolvimento da região de Novo Progresso, Minc informou sobre a Operação Arco Verde, que é desenvolvida por vários ministérios e que prevê regularização fundiária, documentação das pessoas, crédito agrícola, enfim, um mutirão de cidadania. A Arco Verde busca o desenvolvimento de regiões que foram objeto de fiscalização.
(Envolverde/Ibama)
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