Um estudo desenvolvido na Amazônia por Ana Rodrigues, do Centre d’Ecologie Fonctionnelle et Evolutive, CNRS, França, e por colegas do Imperial College London, da University of East Anglia e do IMAZON (Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia) mostra que, embora o desmatamento de áreas de floresta traga um aumento imediato dos índices de desenvolvimento humano das pessoas locais, esta melhora é transitória e não se mantém com o passar dos anos. Para chegar a esta conclusão, os pesquisadores avaliaram e compararam os índices de IDH, obtidos a partir do Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil de 2000, de 286 municípios em estágios distintos de desmatamento.
Com o avanço do desmatamento, IDH de áreas recém desmatadas aumenta, mas, depois, diminui.
Os autores lembram, no artigo publicado no mês de junho na Science, que o IDH (índice de Desenvolvimento Humano) leva em conta a média de três subíndices: expectativa de vida, educação e padrão de vida (com base na renda per capita). De acordo com os pesquisadores, os dados sugerem que, em áreas onde há desmatamento em fase inicial, a expectativa de vida, a educação e o padrão de vida da população melhoram mais rapidamente do que a média nacional nos municípios. Porém, com o avanço das taxas de desmatamento, os valores de IDH pré e pós-fronteira de desmatamento mostram-se igualmente baixos.
Os autores destacam que não existe uma solução única para o problema. Porém, sugerem uma combinação de medidas que deveriam envolver um melhor suporte de áreas que já foram desmatadas, restringindo ainda mais o desmatamento e promovendo o reflorestamento em áreas degradadas. Além disso, citam a necessidade de uma política de incentivo direto à subsistência de colheita sustentável de madeira e produtos florestais, dentro e além de concessões florestais e ainda de políticas de alfabetização, de saúde, segurança e propriedade da terra.
Fonte: Agência Notisa
(Envolverde/Portal do Meio Ambiente)
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