Gilberto Costa
O governo recebeu um abaixo-assinado com mais de 500 mil assinaturas de brasileiros e estrangeiros contra a construção da hidrelétrica de Belo Monte, no Rio Xingú, Pará. Cerca de 100 pessoas entre índios, comunidades ribeirinhas, pequenos agricultores, ambientalistas e simpatizantes fizeram ontem (8) uma manifestação em frente ao Congresso Nacional, em Brasília, e levaram a carta ao Palácio do Planalto, onde despacha a presidenta Dilma Rousseff.
Os manifestantes foram recebidos, numa reunião que durou cerca de duas horas, pelo secretário adjunto da Secretaria-Geral da Presidência, Rogério Sottili. Ele se comprometeu a encaminhar o documento, encabeçado com a assinatura de caciques das comunidades indígenas do Alto Xingu, à presidenta. Sottili também disse que a demanda será analisada “com carinho” e ressaltou que o governo prestigia a participação da sociedade civil em questões como essa. “Se eles estão reclamando é porque entendem que não foram ouvidos o suficiente”.
Antes de levar o documento ao Planalto, a vice-presidente da Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (Coiab), Sônia Guajajara, disse que a construção da usina viola os direitos da população afetada, como os habitantes de 30 terras indígenas legais e moradores de um terço do município de Altamira – o segundo maior do mundo em extensão, com cerca de 160 mil quilômetros quadrados.
De acordo com Sônia, a indisposição do governo em tratar com os atingidos pela usina poderá gerar “revolta”. Pode haver inclusive, segundo ela, a possibilidade de ocupação dos acampamentos da obra da usina. A líder admite, no entanto, que “é muito difícil o governo voltar atrás”, mas assegura que a pressão vai continuar.
O movimento contrário à usina também tenta mobilizar a opinião pública internacional. No ano passado, cem entidades civis que representam 40 comunidades de municípios paraenses apresentaram documento a relatores da Organização das Nações Unidas (ONU) denunciando violações de direitos humanos que seriam causadas com a construção da hidrelétrica.
Além da ONU, os ativistas mobilizaram o diretor de cinema James Cameron, que chegou a participar de ato contra a usina após ter ganho três prêmios Oscar pelo filme Avatar. A articulação com o cineasta foi feita pela ONG Amazon Watch, que tem sede na Califórnia (Estados Unidos).
Segundo o coordenador de programa para o Brasil da Amazon Watch, Christian Poirer, a construção da usina “não é muito popular” e alternativas deveriam ser discutidas como a economia de energia, a repotencialização das turbinas de hidrelétricas instaladas, a melhoria das linhas de transmissão, além do uso de energia eólica e energia solar. “O governo não está investindo nisso”, lamentou.
Para o deputado Ivan Valente (P-SOL–SP), que participou da manifestação em frente ao Congresso, a usina “é um atentado social, ambiental e cultural”.
A petição contra a obra pode ser assinada na página www.xinguvivo.org.br/.
5 comentários:
Gente hoje vai passar no Globo repórter. Vai matar milhões de animais. Será algo horrível. A construção da usina precisa ser impedida.
É um absurdo!!!Temos que fazer alguma coisa.Nós brasileiros devemos impedir essa destruição ecológica que o governo vai realizar.Cadê a imprensa gente???
O governo vai inundar tudo. Matando milhares de espécies de animais e plantas.Sem falar nos índios... como sempres serão empurrados pra qualquer lugar.
Vamos deixar isso acontecer????
Não tem fundamento o que estão fazendo, onde vamos parar com tanto absurdo, que possamos entregar todos os responsaveis nas mãos de DEUS. Pela maldade que estão fazendo.
Daniela Borges
Não podemos aceitar a construção dessa usina, chega! como mostrou no Globo Reporter, onde vamos parar!!!!
Com tanta destruição da natureza, e os bichos, e os Indios coitados que merecem todo nosso respeito.
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